Tudo isso a gente vê no filme, mas nada consegue explicar totalmente quem é Bituca. Mesmo em meio a tantas palavras bonitas, as dezenas de amigos, parceiros e admiradores não conseguem defini-lo. Esperanza Spalding e Chico Buarque o conectam com a natureza para tentar fazê-lo, mas quem é capaz de explicar a imensidão e a força da terra, ou alcançar as profundezas dela?
A singularidade, o alcance e a beleza de Milton e sua obra são dispostos ao longo do filme quando admiradores gringos tentam entender, afinal, se Milton é jazz. Ou rock. Define-se que é livre – um jazz livre.
A liberdade musical, de gênero e de experimentação parecem ter sido a tônica dos acontecimentos inéditos e grandiosos vividos por Milton desde 2022, ano da gravação do filme e de sua última turnê. De lá para cá, lançou mais um álbum, foi indicado ao Grammy, gravou com rappers e foi homenageado pela Portela, maior campeã do Carnaval.

Para Flávia Moraes, diretora do filme, a condução da carreira de Milton, feita pelo seu filho, Augusto Nascimento, contribui para essa enxurrada de novidades.
É importante fazer essa homenagem com ele vivo, para entregar esse carinho e reconhecimento. Não só do filme, mas também da Portela, do Grammy e de todas as coisas que estão acontecendo neste momento.
Flávia Moraes, diretora