Mesmo assim, a peça voltou no dia seguinte às prisões. “Todo mundo estava com medo, mas entrou em cena”, diz a atriz. Foram anos terríveis, do ponto de vista da liberdade, mas anos extremamente criativos, porque isso era bonito. Como não se podia fazer, como tudo era proibido, nós fazíamos apesar da proibição.
Durante entrevista a Paulo Francis, Marília Pêra recordou ter sido abordada pela renomada crítica de cinema norte-americana Pauline Kael, que escrevia na revista The New Yorker. Ela a teria elogiado pelo trabalho como a prostituta Sueli em “Pixote, a Lei do Mais Fraco”, de 1980, dirigido por Hector Babenco.
Conversei com ela na festa da entrega dos prêmios, depois fui a uma sessão de cinema em que ela estava e sentei ao lado dela. Ela me disse: ‘Estou com medo de ter você ao meu lado, pelo que vi você fazendo no ‘Pixote’ em cena’.”
Marília Pêra
Pêra venceu três prêmios internacionais pela atuação: New York Film Critics Circle Awards, National Society of Film Critics Awards e Boston Society of Film Critics Awards.
